A Intel publicou um relatório a "cascar" na AMD e a acusá-la de enganar os consumidores com as designações dos seus CPUs.
O relatório chegava ao ponto de
acusar a AMD de vender "banha da cobra", e foi rapidamente removido, mas não sem que antes alguém já tivesse conseguido fazer uma cópia (que, muito provavelmente, já seria aquilo que a Intel pretendia).
Apesar do estilo de conversa pouco habitual em ambiente empresarial, as críticas da Intel não deixam de ser válidas e referem-se à designação complicada dos chips da AMD, que induzem os consumidores em erro ao fazer pensar que um chip com número inicial mais elevado (que indica que é uma geração mais recente) é melhor, quando na verdade pode continuar a utilizar uma arquitectura antiga (indicada por um dígito mais à frente).
Por exemplo, um AMD 7520U é um chip de 2023 (o número "7" inicial), mas usa uma arquitectura Zen2 de 2019 (o número "2" na terceira posição da referência).
É algo que a AMD poderá dizer que é tecnicamente correcto e que será facilmente interpretado pelas pessoas mais tecnológicas, mas não deixa de ser verdade que para o consumidor comum, ver o 7 frente fará com que pense (logicamente) que se trata de um chip com a tecnologia mais recente.
Esta crítica da Intel só não pode ser devidamente aplaudida devido ao facto da Intel também ter "telhados de vidro" e muitas vezes ter recorrido a artimanhas idênticas, como quando tentava esconder o facto de que se mantinha num processo de fabrico de 14nm quando a AMD já ia mais avançada, ou quando passou do Core i9 10900K com 10-cores para o 11900K com apenas 8-cores, ou quando mudou a referência dos seus chips de 10nm para Intel "7" para criar uma associação implícita com os chips de 7nm da AMD. Até agora, a sua mais recente geração "14th gen" pouco ou nada tem de nova geração, na prática sendo apenas os mesmos chips "13th gen" com pequenas actualizações.
Portanto, antes de acusar a concorrência de vender banha da cobra, seria conveniente assegurar que não se pode ser acusado do mesmo.