O Pixel 10 Pro XL aposta num design já conhecido, deixando as novidades para as funcionalidades de inteligência artificial, assentes num novo processador Tensor G5. Numa altura em que a inovação no hardware e software dos smartphones é cada vez mais escassa, iremos procurar com esta análise confirmar se este Pixel 10 Pro XL será capaz de conquistar um lugar de destaque no segmento de gama alta.
O empacotamento não apresenta novidades, mantendo o muito prático sistema de abertura da caixa.
Retirando a tampa da caixa, surge o smartphone, envolto numa película protetora.
Os acessórios, em versão económica, surgem divididos em duas áreas, com a tampa a incluir a documentação de referência.
Os botões de volume e on/off estão do lado direito. Em termos de posicionamento, os botões de volume têm mais fácil acesso, com uma mão mais pequena a ter de se movimentar para chegar ao botão de on/off.
A traseira apresenta o símbolo da Google ao centro, com o bloco de câmaras a centrar todas as atenções.
Especificações
- Processador
- Google Tensor G5
- Coprocessador de segurança Titan M2
- Memória e armazenamento
- 16 GB de RAM
- 256 GB/512 GB/1 TB
- Ecrã
- Super Actua de 171 mm
- Formato 20:9
- LTPO OLED de 1344 x 2992 a 486 ppp
- Frequência de actualização (1-120 Hz)
- Corning® Gorila Glass Victus
- Até 2200 nits (HDR) e até 3300 nits (brilho máximo)
- Relação de contraste superior a 2 000 000:1
- Câmaras
- Tripla traseira
- grande-angular de 50 MP
- Ultrawide de 48 MP com macrofoco
- Teleobjectiva de 5x de 48 MP
- Zoom Pro Res até 100x e qualidade óptica de 0,5x, 1x, 2x, 5x e 10x
- Fontal com sensor de 42 MP e focagem automática
- Ligações
- USB tipo C 3.2
- Wi-Fi 7 (802.11be) com 2,4 GHz, 5 GHz, 6 GHz, 2x2 MIMO
- Bluetooth v6
- Bateria e carregamento
- 5200 mAh (mínimo de 5079 mAh)
- Carregamento rápido (até 70% em cerca de 30 minutos) com um carregador PPS USB-C de 45 W ou superior, vendido em separado
- Carregamento sem fios Pixelsnap (certificação Qi2) até 25 W
- Dimensões e peso
- 162,8 mm (altura) x 76,6 mm (largura) x 8,5 mm (profundidade)
- 232 g
- Software: 7 anos de actualizações do sistema operativo, segurança e novas funcionalidades
Em funcionamento
A lateral plana com arestas cortadas reforça a aposta no lado estético, em detrimento do conforto na mão. Quem (ainda) esteja habituado a um corpo com curvatura na traseira vai levar alguns dias a habituar-se a esta renovada aposta nas linhas direitas. A capa ajuda a minimizar este aspecto, não sendo contudo uma solução que iguale a traseira com curvatura.
Face ao volume do bloco de câmaras, a capa consegue ajudar a minimizar o impacto da dimensão desta unidade fotográfica, com o dedo indicador a ter uma zona de contacto mais confortável do que o oferecido pelo alumínio.
As margens do ecrã, não sendo exageradamente grandes, poderiam apresentar uma espessura um pouco mais reduzida, algo que de resto se encaixa nos requisitos de um smartphone do segmento premium.
O processo de configuração inicial garante uma segura e descontraída passagem de informação para o novo equipamento, permitindo ao utilizador manter as suas configurações, aplicações, registo de chamadas e SMS, fotos e vídeo.
No que ao desempenho diz respeito, temos a esperada melhoria disponibilizada pelo Tensor G5, o qual, no entanto, chega com uma novidade que acaba por ser motivo de elevadas críticas, com a GPU PowerVR DXT-48-1536 a apresentar uma prestação inferior à oferecida pela Mali-G715 do Pixel 9 Pro. O teste de stress apresentou um descréscimo acentuado no desempenho, caindo quase 50%, pelo que aplicações que exijam elevada capacidade de processamento, irão apresentar uma redução de performance.
Em termos práticos, e de uma forma geral, a prestação do Tensor G5 e GPU PowerVR DXT-48-1536 não irá defraudar as expectativas dos fãs dos jogos no smartphone. Pode haver casos em que os jogos tenham de rodar a uma resolução mais baixa, mas a Google mostrou estar ciente deste problema, tendo aberto a possibilidade de lançar actualizações para os drivers, por forma a melhorar a prestação do Pixel 10 Pro. Resumindo, um bom desempenho que poderia e deveria ser melhor em termos de gaming.
O ecrã do Pixel 10 Pro mantém a aposta da Google num ecrã LTPO OLED de alta qualidade, que garante cores precisas, pretos profundos e um excelente contraste. A taxa de actualização adaptativa permite uma transição fluida entre 1Hz e 120Hz, optimizando o consumo energético ao ajustar-se ao conteúdo visualizado, seja ele scroll rápido ou visualização estática. Além disso, a luminosidade do ecrã foi aprimorada, atingindo picos que garantem uma leitura confortável mesmo sob luz solar directa. Num dia de sol é impressionante olhar para o ecrã e conseguir ver perfeitamente o que está a ser apresentado, não sendo necessário mudar a posição do smartphone, ou procurar uma zona de sombra.


A autonomia está em linha com o que a Google tem vindo a apresentar. A bateria com 5200mAh, permite, segundo a marca, uma autonomia superior a 24 horas de utilização. O Pixelsnap permite a fácil fixação de carregadores sem fios, mesmo com as capas Pixelsnap da Google, suportando carregamento sem fios Qi2 eficiente, até 25W. O carregamento sem fios pode ir até aos 45W, mas estará sempre dependente da compatibilidade do carregador. Nos testes efectuados com diferentes carregadores (que não o oficial), uma carga completa levou cerca de 95 minutos. Em menos de 30 minutos terão meia carga, se esperarem um pouco mais (43 minutos) a bateria irá chegar aos 75%.
O software com um maduro e antecipado Android 16 a servir de fonte de inspiração para os OEM, merece naturalmente um destaque. A inteligência artificial beneficia de uma TPU 60% mais potente para estar em quase todo o lado, havendo contudo aplicações e funcionalidades que continuam vedadas ao mercado europeu.
O Gemini mostrar uma notável evolução em termos de desempenho, disponibilizando resultados muito mais acertados e em linha com o esperado, sendo igualmente uma alternativa viável ao assistente da Google. De referir que a série Pixel 10 Pro inclui uma subscrição de um ano do plano Google AI Pro, que dá acesso prioritário à IA de próxima geração da Google com o Gemini Pro.
As câmaras
O cartão de visita não é propriamente o mais entusiasmante, com a Google a utilizar no Pixel 10 Pro os mesmos sensores que equipam o Pixel 9 Pro lançado no ano anterior. Contudo, os resultados obtidos rapidamente permitem concluir que há uma clara evolução em termos de qualidade de imagem e funcionalidades, com o Tensor G5 e a as funcionalidade de inteligência artificial a elevarem os resultados obtidos.
O Pixel 10 Pro integra o Assistente de Câmara, que utiliza modelos Gemini para optimizar o processo de captura de imagem. Esta ferramenta de IA analisa o ambiente em tempo real, fornecendo sugestões ao utilizador sobre o melhor ângulo e iluminação. Em termos de funcionalidades, destaque para o "melhor take automático", que melhora as fotografias de grupo, combinando imagens semelhantes capturadas em sequência, para garantir que não aparecem expressões estranhas na foto. Destaque também para a função "adiciona-me", que permite integrar o fotógrafo em fotos de grupos, não deixando o mesmo de fora da foto.
O zoom, que tantas vezes é utilizado como argumento de marketing, foi uma agradável surpresa, com as 100x a não serem apenas um número bonito para apresentar nas especificações. Há que experimentar, para acreditar. Cada foto com um nível de zoom superior ao óptico dá origem a duas imagens, a real e uma alvo de tratamento.
Quando ativado o modo "Zoom Pro", a imagem original é processada e proposta uma alternativa melhorada.
Dois exemplos de imagem com zoom 100x, processada em cima, original em baixo.
Os resultados não são ainda exemplares e livres de erros, mas são um excelente indicador daquilo que a inteligência artificial poderá vir a disponibilizar. O futuro está mesmo aqui ao lado, não há grandes dúvidas disso, com o utilizador a poder beneficiar de fotografia e vídeo (muito bom apoio na estabilização de imagem) de grande qualidade.
Apreciação final

O
Google Pixel 10 Pro XL não representa propriamente uma revolução em termos de inovação. É sim a iteração natural do modelo lançado no ano anterior, com a experiência de software e a optimização de ecrã a estarem num nível superior. O painel OLED LTPO mantém a excelência de cor e contraste, com a taxa de actualização adaptativa a garantir a eficiência energética. A luminosidade destaca-se como um ponto forte, assegurando uma visibilidade perfeita, mesmo sob luz solar directa.
Em termos de desempenho, o chip Tensor G5 cumpre o esperado, promovendo melhorias gerais no sistema e na eficiência da inteligência artificial, que beneficia de uma TPU 60% mais potente. Contudo, a prestação da nova GPU PowerVR DXT-48-1536 revelou-se inferior à geração anterior em benchmarks específicos, o que pode exigir que jogos mais pesados rodem a resoluções mais baixas. Este é um ponto que a Google demonstrou estar ciente, prometendo actualizações de drivers para mitigar o problema. A autonomia, suportada por uma bateria de 5200 mAh, cumpre a promessa de durar mais de 24 horas, e o carregamento rápido (até 45W com acessórios compatíveis), complementado pelo sistema magnético Pixelsnap, oferece conveniência e rapidez ao carregar a bateria do smartphone.

Apesar de utilizar os mesmos sensores de câmara do Pixel 9 Pro, a qualidade final da imagem apresenta uma clara evolução, impulsionada pelo Tensor G5 e pelo software de IA. O zoom revela-se uma surpresa positiva, ao estender-se até 100x, fornecendo resultados impressionantes que demonstram o potencial da IA no tratamento de imagem neste tipo de situação.
Não sendo um smartphone capaz de garantir uma supremacia inquestionável face a outros equipamentos no mesmo segmento de mercado, o
Pixel 10 Pro XL oferece uma experiência de utilização de elevada qualidade, sendo merecedor de um "Escaldante".
Pixel 10 Pro XL
Escaldante
Prós- Android sem complicações
- Ecrã
- Câmara com zoom até 100x
Contras