A Goodyear consegue analisar o comportamento de pneus muito antes de se tornarem realidade, com recurso a simuladores.
O desenvolvimento de pneus entrou numa nova era com a tecnologia de simulação da Goodyear, que permite testar virtualmente novos modelos, reduzindo a necessidade de criação de protótipos físicos. Com simuladores de condução dinâmicos no Ohio e, desde 2024,
no Luxemburgo, a empresa consegue replicar o desempenho dos pneus em condições idênticas às das estradas reais, acelerando drasticamente os ciclos de desenvolvimento. Em vez das dezenas dos testes físicos nas estradas, como acontecia no passado, agora a maioria dos pneus precisa apenas de um único teste físico de validação final.
No centro desta transformação está a capacidade de criar modelos de pneus de alta fidelidade que simulam condições reais, incluindo cenários complexos como chuva, neve, e diferentes tipos de superfícies de estrada. Tendo em conta que os pneus estão sob constantes alterações dinâmicas de deformação (a cada volta da roda o pneu deforma-se até 40%), a que se juntam todas as forças adicionais em aceleração, travagem, curvas, relevo da estrada (buracos), e também o próprio padrão do piso, facilmente se pode imaginar que a tarefa não é simples. Mas, o resultado final esconde toda essa complexidade, quase parecendo um simulador de corridas, em que o piloto e engenheiros podem explorar todo o tipo de cenários e situações, e fazer alterações de forma instantânea.
Embora a tendência para o futuro seja a de que se torne cada vez menos necessário conduzir um automóvel manualmente (acreditando-se nas promessas dos sistemas de condução autónoma que estão sempre prometidos "para o próximo ano"), não posso deixar de imaginar que, num futuro ideal, este tipo de simuladores pudesse estar presente em todas as escolas de condução, permitindo que os alunos pudessem experimentar diferentes cenários em segurança, passando por coisas tão simples quanto notar as diferenças entre conduzir com pneus novos ou pneus carecas, a casos mais extremos como os de derrapagens, aquaplaning, uso do ABS em travagens mais fortes, etc.
