SAMANTHA URBANI começou por se apresentar ao mundo da (indie) pop enquanto vocalista dos Friends, banda de Brooklyn cuja história curta resultou em apenas um álbum ("Manifest!", 2012), mas de então para cá tem tido outras cumplicidades musicais.
Além da colaboração em boa parte de "Cupid Deluxe" (2013), disco de Blood Orange (projecto do ex-companheiro Dev Hynes), a norte-americana contibuiu para temas de Twin Shadow, SOPHIE ou Renny L Harle enquanto foi desenhando um percurso que não se esgota na música - o seu currículo também inclui experiências como artista visual, realizadora, actriz e modelo.
Ainda assim, é como cantora e compositora que mais se tem afirmado desde que começou uma aventura a solo, em 2015, através de singles que viriam a ser reunidos no EP "Policies of Power" (2017). Nos últimos anos, dedicou-se ao primeiro álbum, "SHOWING UP", que vê finalmente a luz do dia este mês, dia 22, e promete alargar o caldeirão de synthpop, new wave, funk e r&b das canções anteriores.
O sabor retro dos três singles de avanço, "MORE THAN A FEELING", "ONE DAY AT A TIME" e "SHOWING UP", tanto lembra os dias iniciais de Madonna como a fusão hedonista de Prince ou a energia bamboleante dos Tom Tom Club, sugerindo em paralelo traços da produção arejada de Dev Hynes e aproximando este caminho dos de contemporâneas como Sky Ferreira ou La Roux.
Sem ficarem reféns de influências assumidas, estas primeiras amostras também dão conta de uma escrita e de uma voz mais confiante e elaborada, bons sinais para um álbum que poderá estar entre as surpresas da rentrée (embora também não tivesse destoado no Verão). Os videoclips, todos com estética VHS, sublinham o forte tempero dos anos 80 (e alguns 90) da receita musical: