Num segmento cada vez mais disputado, o Motorola Edge 60 Pro tem, para além do design, outros argumentos que podem ajudar a fazer pender a balança para o seu lado. Nesta análise iremos procurar abordar alguns dos aspectos que poderão apoiar a escolha do smartphone de gama média/alta a comprar.
O Motorola Edge 60 Pro
A caixa de papel prensado apresenta dois autocolantes que terão de ser cortados para aceder ao interior da caixa.
Em primeiro plano, um invólucro com a documentação e acessórios.
Numa zona inferior, o smartphone, envolto numa película que protege ecrã e traseira.
Em termos de acessórios, o Motorola Edge 60 Pro conta com uma sempre útil (e confortável) capa de protecção, um cabo USB-C, clip para desbloquear o slot do cartão SIM e a documentação de referência.
Na lateral esquerda, um botão para aceder a algumas funções, maioritariamente relacionadas com a inteligência artificial.
Do lado oposto, um microfone e os botões de volume e on/off.
Na lateral superior, apenas um microfone.
A lateral inferior, apresenta uma grelha para a saída de som, porta USB-C, mais um microfone perigosamente próximo do orifício que liberta a bandeja do cartão SIM.
Especificações
- Processador: MediaTek Dimensity 8350
- GPU: ARM Mali G615 MC6
- Memória RAM: 12 GB LPDDR5X
- Armazenamento: 512 GB UFS 4.0
- Ecrã 6.67" pOLED
- Resolução: 2712 x 1220 pixels
- Taxa de Actualização: 120 Hz
- Brilho Máx.: 4500 nits
- Câmaras
- Principal: 50 MP, f/1.8, OIS
- Ultra-angular: 50 MP, 120º, Macro
- Teleobjectiva: 10 MP, 3x zoom óptico, OIS
- Frontal: 50 MP, f/2.0
- Conectividade: 5G, Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.4, NFC
- Porta USB-C 2.0
- Bateria: 6.000 mAh
- Carregamento: 90W com fios, 15W sem fios
- Resistência: IP68/IP69, MIL-STD-810H
- Dimensões: 160,69 x 73,06 x 8,24 mm
- Peso: 186 g
- Android 15
Em funcionamento
Temos obrigatoriamente de começar pelo design. Os ecrãs curvos estão a sair de moda, mas a Motorola continua a apostar nesta tipologia de ecrã, muito bem conseguida em termos estéticos, mas menos funcional em termos de utilização.
Curiosamente, superada a impressão inicial, a curvatura do ecrã acabou por não ser um problema. A textura da traseira ajuda a segurar o telefone e no caso de utilizarem a capa, a sensação de segurança na mão será ainda maior, se bem que as laterais esquerda e direita do ecrã não ficam protegidas.
Já menos conseguida, foi a posição do sensor de impressão digital. Está perto do limite inferior do ecrã, obrigando a um longo movimento para atingir esta zona. Utilizando duas mãos, esta questão deixa de ser um problema.
O processador MediaTek Dimensity 8350 Extreme foi projetado, segundo a marca, para oferecer um elevado nível de desempenho e eficiência. Como poderão verificar nos benchmarks do 3dMark, a gestão térmica do processador fica contudo abaixo do esperado, não garantindo que o equipamento se mantenha à temperatura adequada para disponibilizar um desempenho de topo.
No que diz respeito ao armazenamento e à memória, o smartphone apresenta uma configuração de topo: dispõe de 512 GB de armazenamento interno com a tecnologia UFS 4.0, que oferece velocidades de leitura e escrita muito interessantes. Para a gestão de várias aplicações, conta com 12 GB de RAM que permitem alternar entre aplicações de forma fluida e sem soluços. Há memória e armazenamento para garantir uma utilização do smartphone por vários anos.
A inteligência artificial está no centro da experiência de utilização do novo smartphone da Motorola, com a marca a introduzir a funcionalidade Moto AI, que pode ser acedida rapidamente através da tecla dedicada. Esta última permite abrir a funcionalidade de "ver as novidades" ou tomar notas com um duplo toque, enquanto que a pressão longa pode activar o acesso a funcionalidades de IA.
Como alternativa, podem utilizar o Gemini da Google, para aceder a funcionalidades como o "Rodear para pesquisar com Google", criar imagens, ou apenas efectuar pesquisas e responder a dúvidas do momento.
Ainda no campo do software, uma nota de destaque para a interface, sem grandes modificações. Já o bloatware necessita de atenção, se bem que o utilizador pode desinstalar ou desactivar quase todas as apps/jogos.
As câmaras
Assente num sensor Sony LYTIA 700C, o sensor principal é, segundo a Motorola, capaz de captar mais luz, possibilitando a obtenção de imagens com maior detalhe e brilho. Contudo, em cenários com pouca iluminação, os resultados ficam abaixo do esperado para um equipamento de gama média-alta.
O sistema de estabilização óptico de imagem (OIS) e um mecanismo de melhoria de fotos e vídeo, possibilitam a captura de imagens e vídeos com menos ruído, permitindo aos utilizadores, mesmo sem experiência, alcançar uma boa qualidade de imagem.
Para além da câmara principal, o sistema é complementado por uma teleobjectiva de 10 MP também com OIS, que permite zoom óptico de 3x e uma ultra grande angular de 50 MP, que também faz modo Macro. O sensor de luz multiespectral 3-em-1 (exposição, balanço de brancos automático, cintilação) ajuda a potenciar a obtenção de melhores resultados do sistema de câmaras traseiro.

A aplicação da câmara apresenta funcionalidades interessantes. Para além dos habituais modos de retrato e profissional, destacam-se um modo de câmara lenta, fotografia de grupo (com possibilidade de corrigir olhos fechados), tilt-shift (gestão do efeito de desfocagem). O modo noite, elemento essencial para as fotos à noite, acabou por ficar aquém do esperado. Em condições de iluminação desfavoráveis, a qualidade da imagem diminui e o processamento de imagem do modo noite, não acrescenta a qualidade desejada.
Apreciação final

Com um design interessante e um peso simpático, o Motorola Edge 60 Pro afirma-se como uma proposta sólida no segmento de gama média-alta, procurando diferenciar-se pelo seu design e um conjunto de funcionalidades equilibrado. A aposta num ecrã curvo, embora esteticamente agradável, pode ser menos confortável para alguns utilizadores, um aspecto que a marca procurou compensar com uma traseira texturada, para maior segurança na mão. A localização do sensor de impressão digital, próxima do limite inferior do ecrã, revela-se um ponto menos conseguido em termos de ergonomia.
A nível de desempenho, o processador MediaTek Dimensity 8350 Extreme garante um funcionamento rápido, suportado por uma configuração de memória e armazenamento de topo, com 12 GB de RAM e 512 GB com tecnologia UFS 4.0, o que se traduz em fluidez na utilização e na alternância entre aplicações. A gestão térmica do processador, como comprovado nos testes de benchmark, ficou contudo abaixo do esperado. A redução no desempenho pode ter implicações na execução de tarefas mais exigentes. O software, apesar de uma interface limpa (em linha com a da Google), apresenta algum bloatware, que felizmente o utilizador pode remover.
O sistema de câmaras, com um sensor principal Sony LYTIA 700C e a estabilização óptica de imagem (OIS) na lente principal e na teleobjectiva, contribuem para uma melhoria da qualidade das fotos e vídeos. As aplicações da câmara podem ser úteis para potenciar fotos em variadas situações, com excepção do modo noite.
Com um preço acima dos 500€, o Motorola Edge 60 Pro fica um pouco aquém do esperado para um gama média-alta. O desempenho em carga do processador e qualidade global do sistema de câmaras pedem um incremento de qualidade, limitando a avaliação desta análise um reconfortante "Quente".
Motorola Edge 60 Pro
Quente
Prós- Design
- Interface sem complicações
Contras- Desempenho inferior quando aquece
- Qualidade de imagem em zonas pouco iluminadas
- Preço pouco competitivo
Motorola Edge 60 Pro
Aberto até de Madrugada
Quente (4/5)