Na útima reunião para os investidores da Tesla, Elon Musk continua a insistir nas promessas para o futuro, do modo FSD à criação de um "exército" de 1 milhão de robots humanóides.
Para fazer face a uma queda acentuada nos lucros da Tesla (que
cairam 37% apesar de um ligeiro aumento das vendas) Elon Musk volta a apontar para o futuro como sendo a solução de todos os problemas.
Musk insiste que o modo FSD está mesmo mesmo quase a chegar, prometendo que irá remover os "supervisores de segurança" dos robotaxi até ao final do ano; e reforça a aposta na AI e no seu futuro robot humanóide Optimus - neste momento dizendo que já estão a preparar uma linha de produção capaz de criar 1 milhão de robots, e não apenas algumas dezenas para servirem de demonstração. Diz também que a Tesla está empenhada em aumentar a produção de automóveis, com a previsão de que irá assistir a um aumento significativo das vendas assim que começar a disponibilizar o modo FSD de forma global.
No entanto, o modo FSD tem também o potencial para custar biliões de dólares à Tesla. Embora a empresa, Musk, e a o seu exército de fãs, passem os dias a gabar as capacidades das últimas versões do FSD, parecem esquecer-se que há milhões de clientes Tesla a quem tinha sido prometido que os seus carros teriam capacidade para o modo FSD, mas que não têm. O FSD 14 actual só funciona em carro com o hardware HW4 (e em breve chegará o HW5 ainda mais capaz), deixando todos os veículos com HW3 sem acesso a este modo - um modo que, relembre-se, tem sido prometido pela Tesla desde os veículos com hardware HW2. Também não ajudará que a Tesla tenha
reformulado a promessa, alterando a informação de que "todos os carros têm o hardware necessário para condução autónoma" para "todos os carros foram concebidos para mobilidade autónoma" - algo que poderá ilibar e empresa de futuros processos, mas que já não chega a tempo de evitar os muitos processos que enfrenta por parte de clientes descontentes com a promessa falhada.
A Tesla diz que depois de lançar o FSD para o HW4, irá lançar um FSD V14 "lite" para os carros com HW3, que deverá chegar lá para o meio de 2026 - mais uma nova promessa que dificilmente será suficiente para apaziguar quem se sente enganado após anos, e anos, e anos, de promessas.
Voltando às partes técnicas, para o futuro HW5 (AI5) a Tesla aposta numa alteração radical. O futuro chip abandona um GPU dedicado (Musk diz que todo o chip é um GPU e que não faz sentido ter "outro" GPU), e também o habitual módulo ISP (Image Signal Processor) que tradicionalmente faz o
processamento das câmaras. Em vez disso, a informação das câmaras será enviada directamente para o sistema AI, dispensando todo o processamento que habitualmente seria usado para transformar as imagens dos sensores em imagens para os olhos humanos. É algo que pode fazer todo o sentido de um ponto de optimização de eficiência de processamento, mas que não explica tudo, já que essas mesmas imagens das câmaras continuam a ter que ser apresentadas em formato adequado para os olhos humanos (para serem vistas no ecrã do carro pelo condutor).
De qualquer forma, Musk diz que o objectivo com estes chips HW5/AI5 é produzir o máximo número possível, pois se não forem utilizados nos automóveis poderão ser utilizados nos data centers da Tesla e xAI para acelerar o processamento AI.